Noticias do Patriarca da Região de Angicos, João Barbosa da Costa
Nestor Lima, no seu trabalho sobre os Municípios, no capítulo sobre Angicos, ao se referir a família de Antonio Lopes Viégas, escreveu: "Pode se dizer que foi somente essa família unida á de João Barbosa que constituiu o povo do município."
Aluizio Alves, posteriormente, no seu livro Angicos, escreveu: "Assim aconteceu em Angicos, cuja fundação foi iniciada por Antonio Lopes Viégas, descendente de uma família Dias Machado, da qual não encontro maiores referências." Mais adiante, quando escreve sobre Miguel Francisco da Costa Machado, diz: "Casado com D. Anna Barbosa da Conceição, e descendentes, ambos, da família Lopes Viégas, em terceira geração, desempenhou todos os cargos da Guarda Nacional, a partir de Capitão, chegando até ao Comando logo que adquiriu a patente de Coronel".
Procurei, inutilmente, antes de escrever o livro Servatis ex More Servandis, mais informações sobre João Barbosa da Costa. Dele sabia que era sogro do Tenente Antonio Lopes Viégas, foi testemunha na escritura da compra, por parte do genro, do lugar chamando Angicos, e os nomes de alguns filhos, encontrados em desenho da árvore genealógica do escritor Afonso Bezerra. Nem o nome da esposa de João Barbosa encontrei. Também não consegui localizar qualquer membro da família Dias Machado, citada por Aluizio Alves.
Procurei em vão o nome dos pais de Miguel Francisco da Costa Machado e Anna Barbosa, sua esposa. Uma pista surgiu a partir de um registro de casamento onde constava que José Pedro Xavier da Costa era seu sobrinho. Procurei os pais de José Pedro, pois pela informação acima, um deles seria irmão ou irmã de Miguel Francisco.
Mas, agora, no mês de Julho de 2008, encontrei um registro de casamento, datado de 1774, no IHGRN, onde surgem informações mais preciosas. Por isso, e a favor dos descendentes e da História do Rio Grande do Norte, transcrevo aqui:
"Aos dezessete de Novembro do ano de mil Setecentos e Setenta e quatro as Sete para oito horas do dia Corridos os banhos juxta Tridetinum sem se descobrir impedimento algum ate a hora de seu recebimento, na Matriz de Nossa Senhora dos Prazeres e Sam Miguel da Villa de Extremoz de licença minha em presença do Padre Francisco de Souza Nunes vigário da mesma Vila e das testemunhas Tenente Antonio Lopes Viégas, casado e o ajudante Pedro Moreira de Azevedo casado, e moradores na Freguesia de Sam Joam Baptista do Assú examinados da Doutrina Cristã declararam em face da Igreja, e com palavras de presentes os Nubentes Francisco Xavier da Cruz filho legitimo de Joam Barbosa da Costa e Damasia Soares morador na Freguesia de Sam Joam Baptista do Assú com Lourença Dias da Rosa filha legitima de Antonio Dias Machado e Francisca Lopes Xavier moradores nesta Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, e logo receberam as Santas Bênçãos na forma do Ritual Romano de que mandei fazer este assento, em que me assinei. Pantaleão da Costa Araújo Vigário do Rio Grande"
O documento acima do casamento de Francisco Xavier, além de revelar o nome da esposa de João Barbosa, revela também um membro da família Dias Machado, tão procurada por Aluizio Alves.
Os pais de José Pedro Xavier da Costa eram Pedro Francisco da Costa e Joaquina Maria de Santana ou Xavier. Joaquina era filha de Francisco Xavier e Lourença Dias da Rosa. Antes, eu suspeitava que Miguel Francisco fosse irmão de Pedro Francisco. Mas, agora, sabendo que Lourença era descendente de um Machado, e que o próprio Miguel Francisco, tinha uma filha de nome Antonia Lourença Dias da Rosa (minha tia bisavó e casada com meu bisavô Francisco Martins Ferreira), defendo a tese que Miguel Francisco da Costa Machado era filho de Francisco Xavier da Cruz (ou Costa) e Lourença Dias da Rosa. Restaram duas dúvidas com essas informações acima. A primeira, se Miguel Francisco, descendia também de Antonio Lopes Viégas, e a segunda se, realmente, Antonio Lopes Viégas descendia de uma família Dias Machado. Vejam que a mãe de Lourença tinha sobrenome Lopes.
Para ajudar mais ainda nas pesquisas sobre as famílias da região de Angicos, vamos recuar um pouco mais no tempo, até o ano de 1757, e transcrever o casamento de Antonio Dias Machado e Francisca Lopes Xavier:
"Aos três de julho de mil setecentos e cinquenta e sete na Matriz desta cidade do Rio Grande do Norte, freguesia de Nossa Senhora da Apresentação dispensados os banhos pelo Reverendíssimo Senhor Doutor Visitador Frey Manuel de Jesus Maria, sem haver impedimento, como da informação do Reverendo vigário o Doutor Manuel Correa Gomes, consta, dada por despacho do dito senhor em uma petição dos nubentes, e juntamente dispensados o parentesco de segundo grau de consaguinidade por sentença de dito Reverendo Senhor por causa pelos ditos Nubentes justificadas, e consta na dita sentença como dela extraída dos autos consta por mandado do dito senhor e de licença do dito Reverendo vigário com presença do Padre Coadjutor João Tavares da Fonseca, e das testemunhas que com ele assinaram Sargento Mor Manuel Antonio Pimentel de Mello e o Tenente Francisco Pinheiro Teixeira se casaram solenemente em face da Igreja Antonio Dias, filho legitimo de João Machado de Miranda e D. Leonor Duarte já defuntos, com Francisca Lopes Xavier, viúva que ficou por falecimento do seu primeiro marido Nicacio Duarte, filha legitima de Luiz Duarte e de Lourença Lopes Xavier naturais desta freguesia e nela moradores no lugar chamado Potigi e logo receberão as bênçãos conforme os ritos da Santa Madre Igreja de q mandou o Reverendo Doutor Vigário encomendado fazer este assento em que assinou. João Freyre Amorim Vigário"
Francisco Xavier da Cruz recebeu a patente de Alferes da Companhia do Capitão Luis José de Araújo Picado, uma das do Regimento de Cavalaria Auxiliar da Vila de Princeza de que era Coronel Jerônimo Cabral de Oliveira, que vagou por passar a Tenente da mesma Companhia João Manuel da Costa que o exercia, no ano de 1802. João Manuel era irmão de Francisco.
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