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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

João Barbosa da Costa e Antonio Lopes Viégas

João Barbosa da Costa e Antonio Lopes Viégas

Todos os povos têm suas lendas. Há lendas que se repetem em muitos lugares, mudando apenas os personagens. Angicos, também, tem uma lenda, que faz parte de sua tradição oral. Contam os mais antigos que um vaqueiro foi comprar mercadorias em São Gonçalo e, na volta, se apresentou um adolescente, se dizendo órfão de pai e mãe, querendo acompanhá-lo para o Sertão.
O vaqueiro trouxe o jovem para a Fazenda Angicos. Lá começou como ajudante, e depois com a morte do seu benfeitor, assumiu o posto de administrador da Fazenda.
Depois de muitos anos como vaqueiro daquela Fazenda, conta a tradição, ele comprou, do Coronel Alexandre Ferreira da Cunha, aquelas terras. Seu nome era Antonio Lopes Viégas.
Presente, ao ato de escritura, como testemunha, estava João Barbosa da Costa, seu sogro, não se sabe se antes ou depois da compra. A Fazenda prosperou, Antonio Lopes Viégas constituiu uma família numerosa, e é considerado o fundador de Angicos. Sua esposa, e filha de João Barbosa, se chamava Anna Barbosa da Conceição.
Seus filhos e filhas, em número de 11, segundo alguns, se casaram, com exceção de Damásia Lopes Viégas que morreu solteira, com a idade de 70 anos.   Partes das famílias Teixeira de Sousa, Martins dos Santos, Pereira Pinto, Baptista de Oliveira, Bezerra, Costa, Cruz, Xavier, Avelino, e muitas outras descendem de Antonio Lopes Viégas.
Um dos contadores dessa tradição é Aluizio Alves, no livro "Angicos". Outro que conta mais ou menos a mesma historia, é Nestor Lima, quando fala sobre Angicos, em um trabalho sobre os Municípios do Rio Grande do Norte da Coleção Mossoroense. A primeira edição é de 1929 e, portanto, anterior ao livro que Aluizio escreveu. Eles divergem sobre o nome do vendedor. Segundo Nestor Lima era Alexandre Francisco da Costa, representando Miguel Barbalho Biserra, o verdadeiro dono das terras. Aluizio faz a transcrição da escritura de Venda.
Eu recebi, também, cópia de um documento que foi escrito sobre papel timbrado com o nome de Jacob Avelino Bezerra, que comercializava fazenda, miudezas, molhados, ferragens e louças, além de comprar algodão pelos melhores preços do mercado. Está no documento.  Era o desenho de uma árvore genealógica do escritor Afonso Bezerra. Era endereçada a Pedro Antas, em Epitácio Pessoa, no ano de 1949 ou 1944.  Na base da árvore estava o nome do escritor e no topo o nome de João Barbosa. Filhos de João Barbosa nessa árvore são quatro, Anna Barbosa de Antonio Lopes Viégas, Francisco Xavier casado com Verônica, Capitão João Manoel da Costa casado com Angélica Maria da Conceição e Antonio Barbosa da Costa casado com Claudiana Francisca Bezerra. Outras personagens que aparecem na árvore são Balthasar da Rocha Bezerra, Pedro Francisco da Costa, Antonio de Sousa Monteiro e o Capitão Vicente Ferreira Barbosa. A linhagem do nosso grande escritor era realmente rica.
A participação dos descendentes de João Barbosa para o desenvolvimento da região, que compreende Angicos, Afonso Bezerra, Pedro Avelino e Assú, foi grande. Descendem dele, em linha direta, segundo a árvore de Jacob e outros documentos da Igreja, o Capitão João Manoel da Costa, João Manoel da Costa e Mello, Vicente Ferreira da Costa e Mello do O', Sabina Martins dos Santos, esposa de Agostinho Barbosa da Silva, Manoel Vieira da Costa, Tenente Antonio Francisco Bezerra da Costa, Alexandre Avelino da Costa Martins, João Ignácio Pereira Pinto e João Pereira Pinto Junior, ambos filhos de João Pereira,  e o Capitão Antas.
Quase nada sei sobre esse personagem, além de ser ascendente de várias famílias importantes do Rio Grande do Norte. A procura por mais dados tem sido infrutífera. Nada, nos registros da Igreja que encontrei. Nenhum registro em livro, a não ser que era um português residente na Vila de Princesa (Assú) e sogro de Antonio Lopes Viégas. Procurei por várias vezes o Cartório de Assú, na tentativa de encontrar uma escritura, um registro de terras ou uma partilha, mas infelizmente não recebi nenhuma resposta. Nas datas e sesmarias, nenhuma referência.
Fica faltando, portanto, para completar as biografias de ilustres figuras do nosso estado, maiores informação sobre João Barbosa da Costa. De onde veio, o que fazia e quem era sua esposa. Na sua descendência encontramos, entre outros, senadores, deputados federais, deputados estaduais, vereadores, prefeitos, intendentes, diplomatas, fundadores e membros da Academia Norte-riograndense de Letras, juízes, professores de Universidades, escritores, poetas, pintores, jornalistas.
Quem descobrir alguma coisa, sobre esse ilustre ascendente, me avise.

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