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quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Antonio de Barros Passos Junior e José Rebouças de Oliveira




João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Matemático, sócio do IHGRN e do INRG.
Em artigo anterior, vimos que Antonio de Barros Passo Junior, que foi batizado, na Igreja de Santo São Pedro, Pernambuco, aos trinta e um de abril de mil setecentos e trinta e três, veio para Extremoz, no ano de 1759. Neste artigo veremos os descendentes dele e o entrelaçamento com a família Rebouças de Oliveira.

Em uma certidão, do ano de 1790, do Escrivão da Fazenda Real, do Almoxarifado da Alfândega, e da Vedoria de matrícula de Gente de Guerra, Antonio José de Souza e Oliveira, desta cidade do Natal da capitania do Rio Grande, constava na Companhia de que foi capitão Pedro Tavares Romeiro, do Presídio, que Antonio de Barros Passos, soldado da companhia do sargento-mor do Regimento pago do Recife de Pernambuco, de que foi coronel João Souza de Lacerda, ter vindo, com carta de guia para esta capitania, por soldado Mestre de Escola dos  Índios de Extremoz do Norte, e na dita praça de soldado serviu de Mestre desde o dia vinte e dois de junho de mil setecentos e cinquenta e nove em que se apresentou nesta  vedoria por ordem do Ilustríssimo e Excelentíssimo Senhor Luiz Diogo Lobo da Sylva, governador e capitão general de Pernambuco, que foi  desta capitania, até seis de abril de 1770, dia em que passou para Ajudante pago do Terço Auxiliar desta cidade, de que é Mestre de Campo, Francisco Machado de Oliveira Barros, e no ano de 1785, teve quatro meses, dois dias de licença notada, e no de 1789, em 19 de julho, do mesmo ano, saiu desta cidade para fazer revista aos corpos auxiliares de ordenanças do Sertão desta capitania, por portaria dos governadores interinos, em cumprimento de ordem do Ilustríssimo e Excelentíssimo Senhor D.  Thomaz José de Mello, Governador e capitão general de Pernambuco, Paraíba e mais capitanias anexas, e em 3 de novembro de dito ano se recolheu da dita diligência e na dita praça, de Ajudante tem servido até hoje sem mais verbos nem notas, em seus assentos e sem alguma coisa que possa servir de impedimento.

Vale a pena colocar aqui uma contestação contra a indicação de Antonio de Barros Passos Junior, que foi feita pelo Senado da Câmara: José da Costa Pereira, capitão e comandante da tropa paga da cidade do Natal, capitania do Rio Grande do Norte, do continente de Pernambuco, reclamou da indicação de Antonio de Barros Passos para o governo, nos termos seguintes: Pelo Alvará de sucessão de 12 de dezembro de 1770, foi servido sua Majestade de ordenar que falecendo os governadores desta capitania, fossem chamados para o governo interino dela o oficial de guerra de maior patente, o corregedor da Câmara, e o vereador mais velho do mesmo senado. E falecendo presentemente Caetano da Silva Sanches, governador desta capitania, o Senado desta cidade, ou por falta de inteligência, ou por motivos sinistros, contra o entender sempre praticado não só nesta capitania senão também nas vizinhas da Paraíba e Ceará Grande, me privou desta honra, chamando para o governo Antonio de Barros Passos, sargento-mor do Regimento Auxiliar de Cavalaria do Distrito de Cunhaú, distante desta Praça, vinte léguas.

Não sei se resultou alguma coisa dessa reclamação, pois segundo Câmara Cascudo, Antonio de Barros Passos Junior participou do governo interino, em 1800, 1801 e 1802.

 Antonio de Barros Passos Junior e sua esposa Bernardina de Assunção eram naturais de Pernambuco. Vejamos alguns registros dos filhos deles: Ana, filha legítima do Ajudante Antonio de Barros Passo, e de Dona Bernardina de Assunção, naturais do Recife, neta paterna do tenente Antonio de Barros Passos, natural de São Lourenço da Mata, e de Anna de Lima de Abreu, natural do Recife, materna de José da Costa, natural da Ilha de São Miguel, e de Mauricea da Assunção, natural do Recife, nasceu aos dezesseis de março do ano de mil setecentos e setenta e seis, e foi batizada com os santos óleos, nesta Matriz, de licença minha, pelo Padre Miguel Pinheiro Teixeira, aos dois de abril do dito ano, foi padrinho o tenente governador José Baptista Freire, do que mandei lançar este assento em que me assinei. Pantaleão da Costa de Araújo, vigário do Rio Grande.

Pantaleão, filho legitimo do Ajudante Antonio de Barros Passos, e de Bernardina de Assunção, naturais da Vila do Recife, neto por parte paterna do tenente Antonio de Barros Passos, natural da Freguesia de São Lourenço da Mata e de Anna de Lima de Abreu, da mesma Vila do Recife, e pela materna  de José da Costa, natural da Ilha de São Miguel e de Mauricia da Assunção, natural Recife, nasceu aos sete de maio do ano de mil setecentos e setenta e dois e foi batizado com os santos óleos de licença minha, nesta Matriz, pelo Padre Francisco Manoel Maciel aos oito de julho do dito ano, foi padrinho o cirurgião Francisco Paula Moreira e sua mulher Rita Maria, desta Freguesia, de que mandei lançar este assento em que me assinei. Pantaleão da Costa de Araújo. Vigário do Rio Grande. 

Dona Bernardina de Assunção faleceu no ano de 1795, com a idade de 59 anos de idade. Segundo Câmara Cascudo, Antonio de Barros Passos Junior voltou a casar, e foi com Ignácia Juliana, filha de Salvador Rebouças de Oliveira e Rosa Maria de Oliveira, aos 14 de outubro de 1800. Dessa segunda esposa, vieram os filhos Josefa, nascida a 23 de fevereiro de 1802; Francisca nascido a 9 e batizada a 20 de agosto de 1804. Esse casamento durou pouco tempo, pois, Ignácia Juliana ficou viúva, ainda em 1804, como podemos ver do registro a seguir: Aos dez de outubro de mil oitocentos e quatro faleceu da vida presente, nesta Freguesia, o sargento-mor de Cavalaria, Antonio de Barros Passos, natural de Pernambuco, com a idade de oitenta anos, pouco mais ou menos (na verdade ele deveria ter cerca de 70 anos), casado com D. Ignácia Juliana, tendo recebido o sacramento da penitência e unção, foi sepultado na Igreja de Santo Antonio dos Soldados, envolto na sua farda, depois de ser encomendado pelo Reverendo Vigário de Extremoz, de licença minha, comigo e mais sacerdotes desta Freguesia. E para constar fiz este termo que assino. Feliciano José Dornelles, Vigário Colado. 

Um dos filhos de Antonio de Barros Passos Junior, que não encontrei o batismo, era, também, militar e tinha o mesmo nome dele. Encontrei apenas registro de uma neta: Aos 23 de novembro de 1839, nesta Matriz, batizei, solenemente, a Josefina, branca, nascida a 4 de março do mesmo ano, filha do tenente Antonio de Barros Passos e sua mulher Dona Gertrudes Thereza de Barros. Foram padrinhos Estevão José de Carvalho e Thereza Joaquina de Jesus por procuração que apresentaram Francisco Felipe da Fonseca Pinto, casado, e sua filha Anna da Fonseca Pinto, solteira, moradores nesta cidade, e para constar mandei fazer este assento em que assinei. Alexandre Ferreira Nobre, Vigário Encomendado.

Um amigo fez a seguinte correção, após esta publicação, sobre Antonio e Gertrudes: Casados aos 08 de janeiro de 1824 em Natal. Ele filho de José Rebouças de Oliveira e de Antonia Joaquina de Barros (Filha de Antonio de Barros Passos Junior), e ela de João Cavalcante Bezerra e de Maria Madalena de Jesus.

Em setembro de 1862, faleceu Dona Gertrudes Thereza de Barros, branca, casada com o tenente Antonio de Barros Passo; 5 anos depois, aos dezoito de novembro de 1867, faleceu repentinamente, o tenente Antonio de Barros Passos, branco e viúvo, seu marido.

Antonio de Barros Passos Junior, além de ser sogro José Rebouças de Oliveira tornou-se genro de Salvador Rebouças de Oliveira, como podemos ver dos registros a seguir.

Francisco, filho legítimo do alferes José Rebouças de Oliveira, natural desta Freguesia, e de Antonia Joaquina de Abreu, natural da Vila de Extremoz, neto paterno alferes Salvador Rebouças de Oliveira, natural de Mossoró, e de Rosa de Oliveira, natural desta Freguesia, neto materno do sargento-mor Antonio de Barros Passos, e de Dona Bernardina de Assunção, naturais da Vila de Santo Antonio do Recife, nasceu aos 8 de novembro de mil setecentos e noventa e quatro, e foi batizado com os santos óleos, pelo Reverendo Vigário Coadjutor desta Freguesia, Doutor Pantaleão da Costa de Araujo, nesta Matriz aos dezessete do dito mês e ano; foram padrinhos o sargento-mor Antonio de Barros Passos, e sua mulher Bernardina de Assunção, por seu procurador, o cabo de esquadra Luis Soares, casado, do que por verdade fiz este assento em que assinei. Ignácio Pinto de Almeida Castro. Vigário Encomendado do Rio Grande.

Aos seis de dezembro de 1797, na Igreja de Santo Antonio do Potengi, o Padre José Gonçalves de licença minha, batizou e pôs os santos óleos, a inocente Izabel, filha legítima de José Rebouças e D. Antonia de Barros, neta paterna de Salvador Rebouças e Rosa Maria, e materna do sargento-mor Antonio de Barros Passos e D. Bernardina de Assunção; foram padrinhos Salvador Rebouças e Úrsula Leite, do que para constar mandei fazer este assento em que me assino. Feliciano José Dornelles. Vigário Colado.

Aos trinta dias do mês de setembro de mil oitocentos e três, batizou, de licença minha, e logo lhe deu os santos óleos, na capela de Santo Antonio, o Reverendo Coadjutor Francisco Alves de Mello, a Bernardina, filha do tenente José Rebouças de Oliveira, natural desta Freguesia, e de sua mulher Antonia Joaquina, natural de Extremoz, com vinte dias de nascida, foram padrinhos por procuração, o sargento-mor Antonio de Barros Passos e Bernardina, solteira, filha; e para constar mandei fazer este assento em que me assino. Feliciano José Dornelles, Vigário Colado.

Aos vinte de abril de mil oitocentos e cinco, era batizado na capela de Santo Antonio, Francisco, filho do Alferes José Rebouças de Oliveira e de Antonia Joaquina, sendo padrinhos Antonio da Rocha Bezerra e sua mulher Antonia Izanobre.

Em dezoito de agosto de 1817, na capela de São Gonçalo do Potengi, Manoel Antonio de Oliveira, filho de Joaquim José de Oliveira e Maria Antonia de Oliveira, falecida, casou, com dispensa de 3º grau de sanguinidade, com Antonia Joaquina de Oliveira, filha do capitão José Rebouças de Oliveira e Antonia Joaquina de Barros, falecida, presentes Gaspar Rebouças e Luis Gomes da Silva.

Em três de março de 1821, na Matriz, Antonio de Pádua Silva, filho de Luiz Antonio da Silva e Ignácia Áuria do Coração de Jesus, natural da Ilha Terceira, cidade de Angra, casou com Izabel Maria de Oliveira, filha do capitão José Rebouças de Oliveira e Antonia Joaquina, falecida.

Em doze de novembro de 1829, na capela de São Gonçalo, Antonio Barreto Carvalho, filho de José Ignácio de Morais e Maria de Morais, casou, com Bernardina Rita da Conceição, filha do capitão José Rebouças de Oliveira e Antonia Joaquina de Barros, falecida, com dispensa de 2º grau, por cópula ilícita.

Aos quatro de maio de 1826, na capela de São Gonçalo do Potengi, Joaquim José da Câmara, filho de Joaquim da Câmara e Maria Antonia, casou com Maria Ignácia, filha do capitão José Rebouças de Oliveira e Antonia Joaquina, sendo dispensados do 3º grau de consanguinidade.

Aos quatro do mês de julho de 1809, faleceu da vida presente, nesta Freguesia, D Ana (?) Antonia Joaquina, branca, com a idade de 50 anos, tendo recebido o sacramento da penitência, somente, casada com o alferes José Rebouças de Oliveira, foi sepultada na capela de Santo Antonio do Potengi, envolta em mortalha de pano branco, depois de ser encomendada pelo coadjutor Simão Judas Thadeu, de minha licença, Feliciano José Dornelles. Neste registro, o nome de Dona Antonia é precedido do nome Ana.

José Rebouças de Oliveira, filho do tenente José Rebouças de Oliveira e Mariana Antonia de Oliveira, falecida, casou em casa de morada do capitão José do Rego Bezerra, com Joanna Francisca de Paula Rego, filha do capitão José do Rego Bezerra e Antonia Úrsula de Mello, sendo testemunhas Francisco Antonio de Barros Passos e o alferes Matheus Carvalho de Vasconcelos Monteiro.

Em 15 de janeiro de 1859, em oratório privado, casou José Rebouças de Oliveira Câmara, natural de São Gonçalo com Rita Gomes da Silva. Não constava os nomes dos pais dos nubentes

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