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sábado, 25 de maio de 2013

O Thomaz de Araújo Pereira, aqui de São Gonçalo

Por João Felipe da Trindade
jfhipotenusa@gmail.com
Natal, Rio Grande do Norte


O nosso Thomaz,  aqui de São Gonçalo, era neto do Adão do Seridó, Thomaz de Araújo Pereira, natural de Viana e de outro português de Viana, Hipólito de Sá Bezerra, como podermos ver do seu batismo: Thomaz, filho do capitão José de Araújo Pereira, natural da Paraíba, e de Elena Barboza de Albuquerque, desta Freguesia, neto por parte paterna de Thomaz de Araújo Pereira, natural de Viana, e de Maria da Conceição de Mendonça, da Paraíba, e pela materna de Hipólito de Sá Bezerra, natural de Viana e de Dona Joana Bezerra desta Freguesia, nasceu aos onze de dezembro do ano de mil setecentos e setenta e um, e foi batizado com os santos óleos, de licença minha, na Capela de São Gonçalo do Potengi, pelo Padre Manoel Antonio de Oliveira, ao dez de fevereiro do ano de mil setecentos e setenta e dois, foram padrinhos João Damasceno Pereira e Dona Maria dos Santos Pereira, moradores no sertão do Seridó, do que mandei lançar este assento em que me assinei. Pantaleão da Costa de Araújo.

Esses padrinhos eram meus hexavós. Ele, filho de Thomaz (primeiro do nome) e Maria da Conceição, ela, filha do português Rodrigo Medeiros e Dona Apolônia Barbosa. Dona Joana, avó materna do batizado, era filha de Pascoal Gomes de Lima, neta do capitão-mor Manoel de Abreu Soares, e bisneta de Jerônimo da Cunha, um dos mais antigos sesmeiros do Rio Grande do Norte.

Em março de 1796, ainda estava solteiro, pois, nesta condição, foi padrinho do seu sobrinho João, filho de sua irmã Rosa Maria e de João José de Crasto, este do Seridó. Não encontrei o casamento, mas no começo do século XIX, batizava uma filha: Aos sete de agosto de 1802, na Igreja de São Gonçalo, de minha licença, o Padre Antonio Pedro Alcântara batizou, e pôs os santos óleos a Jerônima, nascida a vinte e quatro de julho, filha legítima de Thomaz de Araújo Pereira e de sua mulher Antônia Maria Gomes, naturais desta Freguesia, e moradores na Ribeira do Rio Potengi, desta Freguesia, neto por parte  paterna de José de Araújo (Pereira), e de sua mulher Elena Barbosa, e pela materna de Manoel de Abreu (Soares), e de sua mulher, D. Ana Gomes Carneiro, naturais desta Freguesia, foram padrinhos José Eulério e sua mulher Margarida Pereira  de Jesus.

Muitas vezes, descuidadamente, os registros são feitos com abreviação do nome completo, ou com erros, o que gera problemas de reconhecimento. Vejamos o registro a seguir, que acredito seja de um filho do nosso personagem: No primeiro de janeiro de 1814, na Fazenda da Pedra do Navio, o Pare Fidélis de Paiva, solenemente, batizou a Thomaz (branco), filho legítimo de Thomaz de Araújo e Dona Antonia Maria, naturais e moradores nesta Freguesia, foram padrinhos Pedro Miguel e sua mulher D. Maria Ignácia, moradores nesta mesma Freguesia. Feliciano José Dornelles.

Manoel de Abreu Soares, viúvo de Antônia Francisca de Mello, casou com Ana Maria da Rocha (a mesma Ana Gomes Carneiro), filha do português João Gomes Carneiro e de Dona Ana Francisca de Miranda (na verdade Ana Ferreira de Miranda), em 20 de setembro de 1785.

Em 1819, Thomaz casou uma filha: aos onze de outubro de 1819, nesta Matriz de Nossa Senhora da Apresentação da cidade do Natal, depois de corridas as denunciações, segundo determina o Santo Concílio Tridentino, nesta Freguesia, donde é a nubente natural e ambos moradores, com as denunciações da naturalidade e certidão de batismo do nubente, e não constando impedimento algum canônico ou civil, como se vê dos banhos, que ficam em meu poder, e na minha presença e das testemunhas João Teixeira de Carvalho e (Osvaldo?) Pereira Neves, desta Freguesia, se casaram os nubentes João Felis Pereira das Neves, filho de João Felix Pereira e Leonor (ilegível), com Ana Francisca de Miranda, filha legítima de Thomaz de Araújo Pereira e Antônia Gomes Carneiro, todos desta Freguesia, logo lhes dei as bênçãos segundo Ritos e Cerimônias da Santa Madre Igreja, do que fiz este termo, no qual me assino. Francisco Antonio Lumachi de Mello, Vigário Interino.

Outro casamento, envolvendo as mesmas famílias do anterior, ocorreu anos depois, a diferença é que alguns sobrenomes são mudados: aos nove de junho de 1823, pela dez horas do dia, na Capela de São Gonçalo do Potengi, depois de feitas as denunciações, na forma do Sagrado Concílio Tridentino, nesta Freguesia, aonde os nubentes são moradores e a nubente natural, e não constando canônico impedimento, como se vê dos banhos que ficam em meu poer, na presença do Padre Manoel André de Paiva, e das testemunhas João Teixeira (de Carvalho), solteiro, e João Barbosa, casado, e moradores desta Freguesia, se casaram em face da Igreja, solenemente, por palavras de presente, José de Araujo Pereira (mesmo nome do avô paterno), filho legítimo de Thomaz de Araújo Pereira, e sua mulher Antônia Gomes Carneira, com Ana Maria de Jesus, natural desta Freguesia de Nossa Senhora das Mercês da Serra de Coité, donde veio de menor para esta Freguesia, filha legítima de João Felix Ferreira e Leonor da (ilegível). E logo o dito Padre lhes deu as bênçãos segundo os ritos e cerimônias da Santa Madre Igreja, Feliciano José Dornelles, vigário colado.

Nos registros há uma troca de Pereira por Ferreira. O patrimônio da capela de Nossa Senhora das Mercês foi doado por Caetano Dantas Correia e sua mulher D. Josefa de Araújo Pereira, tia avó do nubente.
Encontro mais um registro em 1821: Antonio, filho de Thomaz de Araújo e Antônia Maria, desta Freguesia, foi batizado com os santos óleos, nesta Capela, pela Administrador o Padre Manoel André Pereira, aos 8 de outubro de 1821, sendo seus padrinhos o alferes Domingos José Freire e D. Joaquina Josefa Camelo. Feliciano José Dornelles.








Um comentário:

  1. Também sou descendente do casal: João Damasceno e Maria dos Santos (Medeiros). Fico muito feliz em poder saber de partes de nossa história!

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