João Felipe da
Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN,
membro do IHGRN e do INRG
Leonardo Bezerra Cavalcanti, em 1691, pedia registro de uma
marca de ferro, aqui no Rio Grande do Norte. Em 1734, aqui em São Gonçalo do
Potengi, João Bezerra Cavalcanti, preto forro, natural de Angola, escravo que
foi do coronel Leonardo Bezerra Cavalcanti, morador no Assú, assistente na
fazenda Oytu, há muitos anos, casou com Luiza da Costa Monteira, forra, filha
de Joanna da Costa, tapuia forra, solteira, e de Jacinto Monteiro, escravo do
alferes Pascoal Gomes de Lima, natural e moradora no sítio São Gonçalo.
A Guerra dos Mascates, nos anos de 1710 e 1711, foi liderada
por Bernardo Vieira de Mello, que foi capitão-mor do Rio Grande, e Leonardo
Bezerra Cavalcanti, que não sei se era o mesmo que tinha terras no Assú. Muitos
moradores de outros estados tinham fazendas para criação de gado lá. Sei,
também, que esse nome se repete com frequência na família Bezerra Cavalcanti.
Já vimos, no artigo anterior, que um desses Leonardo, filho de Antonio
Cavalcanti Bezerra, lá do Assú, era avô de Antonio da Rocha Bezerra Cavalcanti.
Lá mesmo no Assú, vamos encontrar outros membros da família Bezerra Cavalcanti
ou Cavalcanti Bezerra.
No Assú, vamos encontrar os batismos dos seguintes filhos de
Leonardo Bezerra Cavalcanti e Izabel Alexandrina Bezerra Cavalcanti: Maria, que
nasceu em 7 de fevereiro de 1847, batizada aos 27 de dezembro do mesmo ano,
tendo como padrinhos, o major José Joaquim Bezerra Cavalcanti e D. Francisca
Rodrigues da Costa; Manoel, que nasceu em agosto de 1840, batizado aos 31 do
mesmo mês e ano, tendo como padrinhos tenente-coronel Antonio Barbalho Bezerra
e Ignácia Francisca Bezerra.
Outro, que está presente no Assú, é André Avelino Bezerra
Cavalcanti. Ele e sua mulher Luiza Leocádia Bezerra Cavalcanti batizaram na
Fazenda Riacho, o filho André, em 27 de março de 1841, que nasceu aos 18 de
março de 1841, e teve como padrinhos José Joaquim Bezerra Cavalcanti e sua
mulher D. Francisco Rodrigues da Costa; outro filho de André e Luiza, de nome
Manoel, foi batizado em 1845, tendo como padrinhos o Reverendo Manoel Januário
Bezerra Cavalcanti e D. Francisca Rodrigues da Costa, por procuração de Francisca
Alexandrina Bezerra.
Esse José Joaquim Bezerra Cavalcanti, que possuía uma
fazenda de gados denominada Riacho, na parte poente do rio Paraú, teve registro
de uma data de sesmaria, requerida ao
governador José Ignácio Borges, em 22 de setembro de 1819. Registramos, ainda,
que em 26 de junho de 1838, na Fazenda Riacho, José Alexandre Bezerra, natural
da Freguesia de São José, filho de João Martins e Josefa Maria, casou com
Francisca Bezerra Cavalcanti, natural do Seridó, filha de José Joaquim Bezerra
(Cavalcanti) e Francisca Rodrigues da Costa; foram testemunhas Basílio Quaresma
Torreão e o capitão Antonio Bezerra Carneiro, ambos casados.
Aqui na Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, em 7 de
janeiro de 1831, Gonçalo Francisco da Rocha, casou com Maria Bezerra Cavalcanti
da Rocha, de Extremoz, sendo ele filho de Leonardo Bezerra Cavalcanti e
Bernardina Josefa de Moraes, e ela de Antonio da Rocha Bezerra e Dona Joanna
Ferreira de Mello, falecidos, sendo testemunhas o Reverendo Felis Francisco
Correa Barros, vigário de Extremoz, e o comandante de armas, Pedro José da
Costa Pacheco. Foram dispensados no 3º grau atingente ao 2º duplicado de
sanguinidade.
Outro Bezerra Cavalcanti, que encontramos, vem descrito em
um assentamento de praça, onde se lê: José Bezerra Cavalcanti, natural da
freguesia de Muribeca, capitania de Pernambuco, filho de Francisco Dias Bezerra
Cavalcanti, de idade de vinte anos, pouco mais ou menos, de ordinária estatura,
homem pardo, cabelo preto e frisado, feio de cara, nariz grande, senta praça de
soldado raso, nesta companhia por sua vontade, em vinte de junho de mil
setecentos e vinte e três.
Entre os Bezerra Cavalcanti, encontramos um padre que
faleceu novo. Aos trinta e um de abril de 1797 faleceu o Reverendo Coadjutor,
Francisco de Sá Bezerra Cavalcanti, com a idade de trinta anos. Não encontrei o
elo desse padre com os nossos estudados.
Detalhes que devemos estar atentos são as repetições de
nomes, a inversão de sobrenomes, bem como os casamentos entre familiares. No
registro a seguir observamos isso: em 21 de novembro de 1804, na Matriz de
Nossa Senhora da Apresentação, dispensados no 2º e 3º graus de sanguinidade,
Antonio Bezerra Cavalcanti casou com Gertrudes Thereza de Souza, ele, filho de
João Cavalcanti Bezerra e Gertrudes Thereza Ignácio de Oliveira, falecida; ela,
filha do capitão Antonio José de Souza e Oliveira e Joanna Ferreira de Mello,
falecida. Esse Antonio José era filho de Francisco de Sousa e Oliveira e Tecla
Rodrigues Pinheiro, nossos conhecidos de outro artigo.
Muitas informações importantes da nossa história, oriundas
do Assú, se perderam, tanto registros da Igreja como dos cartórios. Alguns dos
livros da Freguesia do Assú, já são cópias de outros livros. Não encontramos
maiores informações antes de 1800.
Pois é Prof. João Felipe, são mais dados para a minha pesquisa, entretanto terei que compilar estas novas informações com as que já possuo do primeiro artigo. Comecei organizando o meu ramo dos Bezerra Cavalcanti escrevendo em folhas de papel ofício, e acabei tendo que colar mais duas para caberem todas as informações. Já coloquei todos na minha árvore do Myheritage, porém quando quero visualizar rapidamente prefiro o bom e velho papel A4.
ResponderExcluirUma dúvida: como o sr. organiza a sua árvore genealógica e de todas as família que pesquisa? São tantas informações que às vezes me perco com tantos nomes parecidos e eventualmente incompletos. O Myheritage ajuda muito, mas sinto falta de um organizador mais simples e eficiente.
Obrigado por mais este artigo.