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sexta-feira, 8 de junho de 2012

Notícias sobre o Vigário de Angicos, Felis Alves de Souza



Encontramos no Brado Conservador, edições 65 e 66, ano de 1879, duas notícias de saúde sobre o Vigário Colado de Angicos, Felis Alves de Souza
Febres reinantes - Está grassando na Vila de Angicos, esse terrível flagelo, de que acaba de ser vítima o inteligente rábula, Vicente Maria da Costa Avelino, ali residente, achando-se em perigo de vida o vigário da respectiva freguesia, o Reverendo Felis Alves de Souza.
Damos a Exma. Família do Sr. Avelino os nossos sentidos de pêsames; e fazemos ardentes votos pelo restabelecimento do Sr. Vigário Felis, assim pela amizade que lhe tributamos, como pela falta  sensível que ele virá fazer à sociedade, e sobretudo aos seus fregueses, que hão de custar a encontrar um pastor que reúne as qualidades de que é dotado aquele virtuoso sacerdote.
Deus se amerceie  dos angicanos, e que lance o governo as suas vistas para aquele canto da província tão baldo de recursos.
Rev. Vigário Felis - É nos sobremodo agradável noticiar aos nossos leitores que este nosso amigo acha-se quase completamente restabelecido do grave incomodo que sofria, que nos apressamos em levar ao conhecimento do público.
Graças, portanto, sejam dadas ao Altíssimo que se dignou de ouvir as fervorosas súplicas dos aflitos angicanos, restituindo-lhes o seu venturoso pastor, e parabéns ao Sr. Dr. Pedro Amorim, seu ilustre médico, cujos esforços e diligências temos afinal o prazer de ver coroado de feliz êxito.

Uma lágrima vertida sobre o túmulo de Vicente Maria da Costa Avelino



Transcrevemos, para cá, uma homenagem que José Vitaliano Teixeira de Souza fez para seu amigo Vicente Maria da Costa Avelino, quando da morte do mesmo em 14 de fevereiro de 1879. Vicente era o pai do jornalista Pedro Avelino e do deputado Emygdio Avelino, também advogado,  avô de Edinor Avelino e Georgino Avelino, e bisavô do escritor Gilberto Avelino. Essa oração se encontra no Brado Conservador de 14 de abril de 1879, jornal digitalizado pela Biblioteca Nacional.
Vicente Maria da Costa Avelino era irmão do meu bisavô Francisco Avelino da Costa Bezerra. Nasceu em 23 de janeiro de 1837, morrendo, portanto, com 42 anos de idade.
Uma lágrima vertida sobre o túmulo de Vicente Maria da Costa Avelino
O anjo tutelar da negra parca, ante quem nada tem estabilidade, batendo as regaladas asas, voa das regiões celestes, e vem desfechar o prematuro golpe sobre a apreciável existência de um cidadão, que reunia em si as mais belas qualidades, quer como verdadeiro atleta do catolicismo, quer como membro prestimoso da sociedade, a qual, unida à sua inconsolável família, compartilha com ela dos profundos pesares causados por tão sensível perda.
Sim; como católico não só o vimos frequentar os atos religiosos, como recobre com seu óbolo, e até mesmo encarregar-se de agenciar donativos dos demais fiéis, promovendo assim os meios ao seu alcance para a propaganda do culto Divino; tal era o seu zelo e amor que dedicava à santa causa da Religião.
E nem jamais se pode por em olvido os seus bons desejos, desde que o seu coração era um cofre de piedade, sua alma uma dispensadora de benefícios prodigalizados àqueles que eram dignos de compaixão, exercitando-se assim na sublime virtude da caridade, e jamais o vimos ser indiferente aos clamores dos necessitados.
E assim foi a sua norma de vida com referencia a Sacrossanta Religião, esse balsamo consolador da humanidade que eleva o espírito do homem ao seio do Eterno, não menos digno de menção foi o seu preceder no desempenho da espinhosa missão de chefe de família, esposo desvelado, pai extremoso e incansável em curar da educação de seus caros filhos; era um amigo dedicado; e além destas excelentes qualidades, dispunha de uma bela inteligência, do que exibiu exuberantes provas na profissão de advogado, que honradamente exercia no foro deste Termo, aonde especialmente deixou um vácuo impreenchível.
Ah! Vida humana, quanto és precária e ilusória! E quem sou eu que falo de suas cívicas virtudes?
Oh! Com os olhos orvalhados do mais amargurado pranto, com o coração opresso da mais veemente dor, custa-me o expressar-me.
Já não existe o meu caro amigo Vicente Maria da Costa Avelino!
Tendo sido acometido de uma terrível febre gástrica, esta zombou dos recursos da ciência médica, que sem perda de tempo lhe foram ministrados, e infelizmente tornaram-se impotentes para debelar o terrível mal, que progredia de dia a dia, aproximando-o assim de seu termo final, o fez sucumbir no dia 25 do corrente (na verdade, 14 de fevereiro de 1879). E quando o sol surgiu no horizonte, sua alma recolhia-se à mansão dos justos, aonde devemos crer que receberá o premio prometido pelo Divino Mestre àqueles que como ele cumprissem os seus preceitos nesta vida de peregrinação:deixando de seu consócio dez caros penhores na orfandade.
Resta-nos pois, resignados curvar a fronte aos irrevogáveis decretos da Divina Providência, e unidos à sua inconsolável esposa e filhos penetrarmos no templo do Senhor para aí dirigirmos ao Altíssimo nossa humilde súplicas por seu eterno repouso na pátria Celeste; e, encaminhando-nos ao pé do tumulo que guarda seus inanimados restos, ali depormos uma lagrima de dor e de saudade.
Vila de Angicos, 22 de fevereiro de 1879.
José Vitaliano Teixeira de Souza.