João  Felippe foi o último intendente de Angicos do período monárquico. No novo  regime, todas as Câmaras Municipais foram dissolvidas por causa do estado de  decadência em que se achavam essas instituições. Naquele tempo não havia a  figura do Prefeito. Eram eleitos 7 vereadores e o mais votado era,  automaticamente, o presidente da Câmara e   Intendente da Cidade. Além disso, eles não eram remunerados, mas  multados se faltassem às sessões sem justificativas. As novas Câmaras  Municipais não se tornaram melhores com o advento da República.
Hoje,  muitas vezes, os eleitores fazem as escolhas do prefeito com mais cuidado do  que a escolha para vereador, sem se dar conta que uma cidade depende da Câmara  em muitos aspectos, e, por isso, é tão importante a escolha de um bom legislador.
O  Plano Plurianual do Município, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, e o Orçamento  Anual são aprovados pela Câmara Municipal. É nesse momento da votação desses  instrumentos que os fiscais do povo apreciam os projetos e a aplicações dos  recursos da cidade. Neste ano de 2012, os atuais vereadores vão examinar o  orçamento para o ano de 2013, atualmente na Câmara. Caberá aos novos  vereadores, eleitos agora em 2012, a responsabilidade pelo Plano Plurianual que  vigerá de 2014 até 2017, e pelos orçamentos anuais de 2014 até 2016. Portanto,  é importante que os novos membros da Câmara sejam pessoas preparadas, pois o  destino da cidade estará em suas mãos. Se elas não entenderem de orçamento, de  projetos, de finanças, de leis, e não conhecerem as necessidades da cidade, os  munícipes serão penalizados.
O  primeiro momento do prefeito, eleito agora em 2012, com a Câmara Municipal, já  se dá na votação do orçamento para o ano que se segue. É a Câmara atual que  vota o dito orçamento. Em virtude da situação atual da Prefeitura, há  necessidade de muita lucidez com relação a aprovação desse orçamento para o ano  seguinte, pois há um prefeito em exercício que encaminhou e um prefeito eleito  que vai executar.  Sem bom senso, quem  vai perder será a cidade do Natal. Há uma copa no meio disso tudo.
No  ano de 2013, o novo Prefeito deverá encaminhar o Plano Plurianual com base,  principalmente, no programa que apresentou na campanha. 
É  também a Câmara quem aprecia toda proposta de lei do executivo, como também as  que lhe são pertinentes. As regras que regem a cidade e seus habitantes são  apreciadas pelos vereadores. O Plano Diretor da Cidade, por exemplo, está nas  mãos dos vereadores, como todos conhecem. Câmara ruim, cidade pior. Por isso os  eleitos devem ser os melhores. Eles devem ser pessoas que tenham domínio sobre  os problemas da cidade e sejam capazes de votar com conhecimento de causa. 
Lembre-se  que eleger é escolher. Este ano temos em vários partidos vários candidatos  bons, mas sem tanta visibilidade ou recursos. É uma espécie de concurso, onde  não há provas de conhecimento e títulos, e, por isso, a responsabilidade de  cada um é fundamental. Você, que reclama o tempo todo dos problemas da cidade,  vai fazer sua escolha de forma estritamente pessoal? Vai votar no seu vizinho, no  pastor da sua Igreja, no seu primo, na mulher do seu amigo, no filho do candidato  que você sempre votou, no jogador do seu time preferido ou no candidato que lhe  dava coisas de graça e agora está cobrando?
A  lei eleitoral tem, ainda, muitos defeitos. Um suplente de senador sem nenhum  voto pode chegar ao Senado; um vice-qualquer coisa pode chegar ao poder, sem se  saber nada sobre a vida dele; um candidato medíocre pode ser vereador arrastado  por um campeão de votos da sua coligação.
 Você está lembrado como se comportaram os  eleitos de 2008? Tem consciência do que eles aprontaram? Por que a maioria  estava com a Prefeita da Cidade do Natal se a população não aprovava a administração  dela? O que levou esses eleitos a permanecerem ligados a ela? Há uma explicação  razoável para isso? Eles são ou não os representantes do povo? Ajudaram a mudar  o destino da cidade?
Lembre-se  que são 29 vagas para este concurso eleitoral, onde os aprovados começam  ganhando mais que um médico, uma enfermeira, um professor, um advogado e tantos  outros concursados da Prefeitura. Sei que, se não tivessem que passar por uma  eleição, muitos de vocês gostariam desse emprego maravilhoso, que realizaria  seus sonhos de uma Land Rover, de uma Hilux, de uma casa de praia, de um novo  apartamento, de vários assessores, e tudo em meio expediente.
Vaca  de presépio fica para o dia de Natal, e não para a cidade do Natal.
Neste  fim de período eleitoral, muito cuidado com o fermento dos fariseus. Há muita  manipulação com os resultados das pesquisas. Cada um escolhe a forma mais  conveniente, para si, de apresentá-la ao povo. Teses aparentemente lógicas em  cima de hipóteses completamente falsas!

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