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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

A escolha do capitão-mor do Rio Grande

A escolha do capitão-mor do Rio Grande
João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN e membro do IHGRN e do INRG
Transcrevo para este artigo o manuscrito que faz parte do Projeto Resgate, constante do Centro de Memória Digital da UNB. Ele trata da escolha do capitão-mor do Rio Grande, no ano de 1739. Vejamos o que escreveu o Conselho Ultramarino
Por se achar em termos de se prover o posto de capitão-mor do Rio Grande se puseram editais por tempo de vinte dias para que todas as pessoas que o quisessem pretender apresentassem seus papéis correntes em poder do Secretário do Conselho, dentro do dito termo os ofereceram.
Francisco Xavier de Miranda Henriques moço fidalgo da casa de Vossa Majestade consta haver servido a Vossa Majestade neste Reino e na Praça de Marzagão por espaço de dezoito anos, onze meses e vinte e nove dias continuados de vinte e um de junho de mil setecentos e dezenove, até quatro de julho de mil setecentos e trinta e oito, em praça de soldado de Cavalo no Regimento de que foi coronel-brigadeiro, o marquês de Marialva, sem nota alguma, e passando no ano de mil setecentos e trinta e três voluntário a continuar o serviço à Praça de Marzagão sentar nela praça de soldado do Infante, e passar a cavaleiro acobertado com armas, e cavalos às suas custas e outra vez soldado infante com exercício de capitão de infantaria por patente do governador que foi da dita Praça João Jacques Magalhães, e no decurso do referido tempo se achar em várias ocasiões de combates que se tiveram com os mouros acompanhando ao Aldail com valor e assistindo  as suas obrigações com muita pontualidade e obediência. Em setecentos e trinta e quatro se achar em uma escaramuça que houve com os mouros sendo dos primeiros cavaleiros que os acometeram e indo socorrer um cavaleiro que caiu, e se achar em evidente perigo de vida pelo cercar grande multidão de infiéis. Em setecentos e trinta e cinco se achar em vários choques que com os mesmos se teve obrando sempre em grande esforço. Em setecentos e trinta e seis achando-se um barco ancorado para dento do Cabo de Azamor mandar o governador que então era daquela Praça Bernardo Pereira Berredo dois (ou doze) barcos armados em guerra e em um deles o suplicante para que este fosse buscar, e, com efeito, saindo de noite executar esta diligencia com tão bom sucesso que pela manhã o trouxe rendido para a praça com vinte e oito homens, uma boa carga de fazendas, obrando em tudo com grande valor e distinção.
Caetano de Mendonça, cavaleiro fidalgo da casa de Vossa Majestade por fé de oficio, certidões e mais papéis que apresentou, consta haver servido a Vossa Majestade nas capitanias de Pernambuco, Rio Grande e na Cavalaria desta corte por espaço de doze anos, dois meses e oito dias, com interpolação e continuados de quatorze de janeiro de mil setecentos e vinte e dois ate vinte e sete de abril de mil setecentos e trinta e três em praça de soldado Infante, ajudante supra de um dos terços volantes dos moços solteiros, por patente do governador, que então era da dita capitania de Pernambuco, Manoel Rolim de Moura, ajudante também supra da capitania do Rio grande do terço paulista em que foi por Vossa Majestade Reformado, e ultimamente vindo para esta corte continuar o serviço em praça de soldado de cavalo do Regimento de Cascais, no decurso do referido tempo fazer sempre a sua obrigação entrando e saindo de guarda e dando pronta execução às repetidas diligências que lhe foram encarregadas pelos seus oficiais maiores, assim em marchas, como em prisões de criminosos que lhe foram cometidas, ensinando com muito cuidado e destreza aos soldados os exercícios militares, e havendo-se sempre com grande zelo, e na ocasião do levante dos terços de Pernambuco, assistir no Presídio do Arraial do Rio Grande, havendo-se sempre com grande obediência a seus oficiais maiores.
Rafael Ribeiro Pereira, cavaleiro professo da ordem de Cristo que consta haver servido a Vossa Majestade no militar até o posto de capitão-tenente da Fortaleza de São Sebastião do Rio de Janeiro, como no de Alferes em uma campanha da nobreza auxiliar da mesma praça em cujas ocupações se houve com grande zelo do Real Serviço, e nestas cidades por nomeação que lhe fizeram serviu de tesoureiro geral do (ilegível) pelos dinheiros dado a risco, e juro e de todo cabedal que recebeu fez entrega no tesouro, sem ter de todo este trabalho ordenado algum nem conveniência mais que a de servir a Vossa Majestade como tudo consta dos documentos os quais ofereceu.
E sendo visto os serviços referidos, parece ao Conselho propor em primeiro lugar a Francisco Xavier de Miranda Henriques; em segundo lugar a Caetano de Mendonça; e em terceiro lugar a Rafael Ribeiro Pereira. Lisboa ocidental, treze de fevereiro de mil setecentos e trinta e nove. Alexandre Metello de Souza e Menezes, Thomé Gomes Moreira, Manoel Caetano Lopes de Lavre, Joseph Ignácio de Arouche, Manoel Fernandes Vargas e Joseph Carvalho de Abreu.
Francisco Xavier de Miranda Henriques foi nomeado capitão-mor do Rio Grande por tempo de três anos. Na verdade, ele permaneceu como capitão-mor até 1751. No Ceará foi capitão-mor de 1755 até 1759. Em 1761 assumiu o governo da Paraíba, que deixou em 1764.
 Francisco Xavier de Miranda Henriques foi suspenso em 1748, por quatro meses, conforme se observa de uma petição feita pelo procurador Antonio de Miranda Henriques, seu irmão.

3 comentários:

  1. Descendants de Francisco Xavier de Miranda HENRIQUES

    Jusqu'aux arrière-petits-enfants.
    Francisco Xavier de Miranda HENRIQUES & ? ?

    José Aires de Miranda => A
    A.
    José Aires de Miranda HENRIQUES & Maria Teresa Francisca Achioli de Moura ROLIM 1750
    Teresa Alexandrina Achioli de MIRANDA 1770 & José Pedro de Miranda HENRIQUES
    CARLOTA 1896-1807
    Francisco Manuel Alexandre de Miranda 1771
    Luiz de Moura Achioli de Miranda 1776
    João, 1777
    ANA 1781
    Luiza Cândida de Miranda 1782
    Antonia de Miranda
    Angélica Maria
    Total: 10 personnes
    fazem parte da fsamilia Caldas no RN

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  2. ACRESCENTADO ALGUNS DADOS E CORREÇÕES COLHIDAS DO
    http://www.familiaridade.com.br/home.asp?id_pessoa=194918
    FIQUEI ASSIM:

    Descendants de JOSE JOAQUIM DE MIRANDA HENRIQUES
    Jusqu'à la 7e génération.

    JOSE JOAQUIM DE MIRANDA HENRIQUES & Ana Joaquina De LENCASTRE
    1. ANTONIO DE MIRANDA HENRIQUES & Joana Maria Do Resgate De Saldanha Da GAMA
    1.1. BERNARDO DE MIRANDA HENRIQUES 1630-1670 & Mariana Borges De MELO
    1.1.1. José de Miranda HENRIQUES & ? ?
    1.1.1.1. Francisco Xavier de Miranda HENRIQUES 1701 & Maria Candida ?
    1.1.1.1.1. José Aires de Miranda HENRIQUES & Maria Teresa Francisca Achioli de Moura ROLIM 1750
    1.1.1.1.1.1. Teresa Alexandrina Achioli de MIRANDA 1770 & José Pedro de Miranda HENRIQUES
    1.1.1.1.1.1.1. CARLOTA HENRIQUES 1896-1807
    1.1.1.1.1.2. Francisco Manuel Alexandre de Miranda HENRIQUES 1771
    1.1.1.1.1.3. Luiz de Moura Achioli de Miranda HENRIQUES 1776
    1.1.1.1.1.4. João, HENRIQUES 1777
    1.1.1.1.1.5. ANA HENRIQUES 1781
    1.1.1.1.1.6. Luiza Cândida de Miranda HENRIQUES 1782
    1.1.1.1.1.7. Antonia de Miranda HENRIQUES
    1.1.1.1.1.8. Angélica Maria HENRIQUES
    1.1.1.1.2. FRANCISCO XAVIER DE MIRANDA-filho HENRIQUES & JOANA DO REGO BEZERRA
    1.1.1.1.2.1. Nuno Guedes De Miranda HENRIQUES & Josefa Floresmina de Sá e MELO
    1.1.1.1.2.1.1. Francisco De Paula De Miranda MELO
    1.1.1.1.2.1.2. Querubina Miranda MELO
    1.1.1.1.2.1.3. EMILIA MELO
    1.1.1.1.2.1.4. IRINEU MELO
    1.1.1.1.2.1.5. DELFIM MELO
    1.1.1.1.2.1.6. Ildefonsiano Climaco Clodoveu De Miranda MELO
    1.1.1.1.2.1.7. Joana Americana De Miranda MELO
    1.1.1.1.2.2. Crispim Antonio De Miranda HENRIQUES
    1.1.1.1.2.3. Crispiano De Miranda HENRIQUES
    1.1.1.1.2.4. Leocádia De Miranda HENRIQUES
    1.1.1.1.2.5. Amélia De Miranda HENRIQUES
    1.1.1.1.2.6. Candida Americana De Miranda HENRIQUES
    1.1.1.1.2.7. Edeltrudes Gertrudes De Miranda HENRIQUES
    1.1.1.1.2.8. Maria Cecilia HENRIQUES
    1.1.1.1.2.9. Claudina De Miranda HENRIQUES
    1.1.1.1.2.10. Maria Cecina De Miranda HENRIQUES
    1.1.1.1.2.11. Iria De Miranda HENRIQUES
    1.1.1.1.2.12. Antero Frederico Borges De Miranda HENRIQUES
    1.1.1.1.2.13. Maria Do Ó De Miranda HENRIQUES
    1.1.1.1.2.14. Peregrina De Miranda HENRIQUES
    1.1.1.1.2.15. Violante De Miranda HENRIQUES
    1.1.1.1.3. TERESA De Miranda HENRIQUES
    1.2. Rodrigo de Miranda HENRIQUES
    1.3. Henrique Henriques de MIRANDA

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  3. Boa tarde. Somos do PR, e minha mulher descende do Crispim Antonio de Miranda Henriques. Caso ele tenha realmente nascido em 1819, esta data deve estar correta, em função das datas de nascimento de seus filhos. Porém me fica uma dúvida, como ele seria filho do Francisco X. de Miranda Henriques (o Xavier da Bolandeira) e neto do capitão mór? Pergunto porque o capitão mór deve ter realmente nascido em 1701, pois tem os registros históricos, fica um pouco difícil compreender a existência de apenas mais uma geração entre ele e o Crispim. Agradeço se puder explicar

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