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quarta-feira, 2 de março de 2011

O progresso da ciência e a Genealogia

No período de 25 a 30 de Julho de 2010, a UFRN sediará a 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O tema proposto para essa reunião é Ciências do Mar: herança para o futuro.
O tema foi escolhido para que os cientistas e a população em geral tivessem uma preocupação maior para essa maravilha que é o mar. Fomos privilegiados, tanto o Brasil como o Rio Grande do Norte, com uma grande costa que nos traz várias riquezas como o petróleo, o sal e os frutos do mar.
Foi através do mar que vieram para o Brasil muitos dos nossos ascendentes. Para aqui vieram também os holandeses, os franceses, os espanhóis, os ingleses e outros estrangeiros em busca de nossas riquezas. Daqui carregaram o pau-brasil, o sal, o açúcar, o peixe, o ouro e muitas outras preciosidades.
Não podemos esquecer-nos da questão ambiental quando se trata do mar. Talvez mais do que as florestas, ele seja o pulmão da Terra. Dele, também, além da alimentação que pode nos prover, podemos extrair ainda uma das formas de energia através das marés. É, também, de nossas praias que geramos riquezas através do turismo.
Outra preocupação vem do avanço do mar sobre nossas terras. Com o esquentamento da Terra e os possíveis degelos ficamos vulneráveis. Em algumas regiões do Brasil o mar tem destruído alguns pontos mais avançados.
O avanço da ciência tem nos trazidos muitos benefícios: A telefonia celular, a informática, novos equipamentos que facilitam os diagnósticos e que aumentam mais ainda a nossa expectativa de vida.
Na área da Genealogia, onde faço minhas pesquisas, tudo fica mais fácil por conta do uso de diversas tecnologias. Fico admirado da vasta obra deixada por Câmara Cascudo sem as condições tecnológicas dos dias de hoje.  Vamos exemplificar.
Vou ao Instituto Histórico e pego uma caixa com assentamentos de praça. Retiro cuidadosamente os velhos documentos ali existentes. Aí, com o máximo de cuidado, vou passando e fotografando cada página com uma câmera digital. Em casa descarrego todas as fotos no computador. Depois, quando tiver tempo, vou renomeando cada imagem para facilitar as pesquisas posteriores.
Na hora de fazer um artigo, procuro no computador várias imagens relativas ao personagem sobre o qual vou escrever. Nem sempre a leitura de um documento desses é fácil. Alguns têm uma caligrafia que é preciso um tempo para entender. Outros estão esmaecidos pelo tempo, ou têm partes rasgadas.  Com a ajuda de alguns programas ou mesmo da internet consigo contornar alguns desses problemas. Façamos uma transcrição de um desses ricos documentos que fotografei.
Francisco Pereira do Amaral, natural desta Cidade do Natal, Capitania do Rio Grande, moço solteiro, filho legitimo do Capitão Manoel Raposo da Câmara, de idade de dezesseis anos, pouco mais ou menos, espigado de corpo, e seco, cara redonda, salpicado bastantemente de sardas, olhos pardos, sobrancelhas abertas, barba partida, cabelo castanho, senta praça nesta Companhia do Capitão Matheus Mendes Pereira, de soldado raso, por sua vontade e mandado do Senhor Governador e Capitão General de Pernambuco Duarte Sodré Pereira, e intervenção do Doutor Provedor e Vedor Geral da Gente de Guerra, Thimóteo de Brito Quinteiro, em vinte e seis de Julho de mil setecentos e trinta e sete, vencendo de soldo, por mês dois mil e quatrocentos réis e por ano vinte e oito mil oitocentos réis. Em dinheiro, quinze mil trezentos e sessenta réis, em farda treze mil quatrocentos e quarenta réis, na forma da ordem de Sua Majestade, registrada no livro 1º da Vedoria e p 142. Bento Ferreira Mousinho.
Esse filho do Capitão Manoel Raposo da Câmara e de dona Antonia da Silva recebeu esse nome em homenagem ao avô. Os pais do Capitão eram Francisco Pereira do Amaral e Josefa da Câmara. Essa informação veio de um documento salvo pelo Major Salvador Coelho Drumond de Albuquerque, e existente, hoje, no Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano. Outro documento que fotografei traz a seguinte informação:
Matheus Tavares Guerreiro, solteiro, filho de Matheus Tavares, digo, filho de Manoel Tavares Guerreiro, natural desta Capitania do Rio Grande, de idade de vinte e sete anos pouco mais ou menos, de estatura corpulenta, cabelo corredio e meio acastanhado, cara redonda e larga, olhos pardos, e pequenos, cor branca, sobrancelhas abertas, alguns sinais de bexigas, senta praça nesta Companhia do Capitão Matheus Mendes Pereira, raso, por sua vontade, e mandado do Senhor Governador e Capitão General de Pernambuco Duarte Sodré Pereira, e intervenção do Doutor Provedor da Gente de Guerra Thimóteo de Brito Quinteiro, em dezoito de Setembro de mil setecentos e trinta e cinco anos, vencendo soldo por mês dois mil e quatrocentos réis, e por ano vinte e oito mil e oitocentos réis, em dinheiro quinze mil trezentos e sessenta réis, em farda treze mil e quatrocentos e quarenta reis, na forma da Ordem de Sua Majestade, registrada no livro 1º da Vedoria, a p 142. Bento Ferreira Mousinho.
Fábio Arruda, estudioso de Genealogia, lá das Alagoas, me enviou um DVD com diversos documentos importantes. Alguns desses documentos foram fotografados no IAHGP. Um deles foi um trabalho de cópia feito pelo Major Salvador citado acima. Outro foi de um livro de batismos da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação do período de 1688 a 1712. É nesse segundo livro que encontramos o registro de Matheus Tavares Guerreiro. Está lá escrito:
Em 16 de 8bro (outubro) de 1703 anos na Capela de São Gonçalo do Potegi, batizei Matheus, filho de Manoel Tavares Guerreiro e de sua mulher Dona Joana Gomes (de Abreu); foram padrinhos o Capitão Nicácio da Costa de Abreu e a viúva Domingas Gomes de Abreu. Tem os Santos Óleos. Padre Simão Rodrigues de Sá.
Outro documento anterior, de assentamento de praça, de Matheus Tavares Guerreiro, semelhante a este apresentado acima, tinha na parte superior uma informação que ele passou a Tenente de Cavalos da Ribeira do Assu, por patente do Capitão mor desta Capitania João de Barros Braga, em 4 de Fevereiro de 1734.
Vamos aproveitar mais a Ciência em favor do progresso do ser humano! É com a Ciência que poderemos diminuir as desigualdades. É, também, com uso da Ciência e de novas Tecnologias que podemos melhor nosso desempenho nos Esportes! No futebol, os pés não são suficientes. Tem que usar a cabeça.

2 comentários:


  1. Recebi via e-mail a seguinte informação que acrescento neste blog. Neto escreveu: "Francisco Pereira do Amaral, nascido em 1764 ( Que reproduzia o nome do pai do português Manoel Raposo da Câmara ), casado a 1ª vez com Maria Gomes de Oliveira, e casado a 2ª vez em 18 de junho de 1801 com Rosa Maria Josefa, filha de Francisco Delgado Barbosa e de Ana Maria Soares de Melo. A descendência dos dois casamentos deste Francisco Pereira do Amaral está localizada na região metropolitana de Natal, Rio Grande do Norte. Boa tarde professor, eu me chamo Raimundo Pereira do Amaral Neto, meu avô materno óbvio Raimundo Pereira do Amaral e meu bisavô João Pereira do Amaral, somos descendentes do capital Manuel Raposo da Câmara de Minas Gerais e de Francisco Pereira do Amaral?, a família do meu avô é da região de Touros, Boa Sica, Taipu, mas hoje moramos todos em Natal, tenho relatos de parentes em Minas. Aguardo seu cordial retorno!"

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  2. Esse Francisco Pereira do Amaral, casado com Rosa, era filho de Antonio Câmara e Silva e Anna Maria Torres e Vasconcellos, portanto, neto do capitão Manoel Raposo da Câmara e Antônia da Silva.

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