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quarta-feira, 2 de março de 2011

Notas avulsas de Genealogia (I)

Em vários documentos pesquisados, encontramos pequenas informações interessantes sobre a História do Rio Grande do Norte. Por isso, aproveito este espaço para dar notícias delas. Uma das famílias mais presentes em nossa História é a dos Cardoso Batalha e o mais antigo deles é o Sargento Mor Sebastião Cardoso Batalha. Sua assinatura está presente em vários documentos da Província do Rio Grande do Norte. Um dos filhos dele era Antonio Cardoso Batalha. Vejamos o assentamento de praça dele.
Antonio Cardoso Batalha, filho legitimo do Sargento Mor Sebastião Cardoso Batalha, natural da Cidade do Natal, de idade de dezoito anos, de ordinária estatura, e seco de corpo, cara redonda, cor trigueira, olhos e cabelo preto... crespo, senta praça de soldado raso nesta Companhia do Capitão Francisco Ribeiro Garcia por sua vontade e mandato do dito Capitão desde o primeiro de Dezembro de (mil) setecentos e vinte e seis, vencendo dois mil e quatrocentos reis de soldo por mês, e por ano vinte e oito mil e oitocentos réis a saber: quinze mil trezentos e sessenta réis em dinheiro, e em farda treze mil e quatrocentos e quarenta réis na forma da ordem de sua majestade em que também acrescentam dos soldos, que se acha registrada nesta Provedoria. Estevão Velho de Mello.
O batismo de Antonio Cardoso Batalha foi em 21 de Setembro de 1709, na Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, sendo seus padrinhos Manoel Rodrigues Taborda e sua mulher Joana de Barros Coutinho. A mãe de Antonio era Flávia Rodrigues de Sá. A data de seu óbito é 17 de Fevereiro de 1761, onde se informa que faleceu com 50 anos pouco mais ou menos. Na verdade, pelo batismo, já teria nessa data uns 51 anos.
 Encontramos outro Antonio Cardoso Batalha que pela data pode descender do anteriormente citado. A repetência de nomes em uma família cria uma serie de dificuldades de identificação.  Essa nota é colocada aqui por conta das vários registros que tenho encontrado sobre a localidade de Ponta do Mel, com outra grafia. Fica a dúvida se o nome original era Mel ou Mello.
Diz Antonio Cardoso Batalha soldado da Infantaria paga de uma das Companhias de que foi Capitão Manoel da Silva Vieira, da guarnição deste Presídio, e Fortaleza da Barra..., que ele suplicante é muito pobre, e serve a Sua Majestade sem ser pago, por esse motivo roga a V. Mercê lhe conceda dois meses de licença com registro em seu assento para ir as Salinas de Ponta do Mello tratar de suas pescarias, para assim se  poder sustentar; p..
Outro assento interessante diz respeito a Anselmo José Faria, marido de Mariana da Rocha Bezerra, esta última filha do Capitão Antonio da Rocha Bezerra e Josefa Leite de Oliveira. É o registro de uma Carta do Ilustríssimo e Excelentíssimo Senhor General de Pernambuco aos Senhores Capitães Mores para a soltura de Anselmo José de Faria. Não encontrei registro de sua prisão.
"Logo que Vossas Mercês receberem esta farão soltar e por em sua liberdade a Anselmo José de Faria, Alferes da Companhia auxiliar dessa Capitania pelo assim ordenar a Rainha Nossa Senhora cuja Real ordem me foi participada pelo Governador e Capitão General da Cidade da Bahia, e da sua execução me remeterão Vossas Mercês certidão com a brevidade possível.
Deus Guarde a Vossas Mercês. Recife 24 de Janeiro de 1780. José Cezar de Menezes.
Senhores Capitães Mores interinos do Rio Grande do Norte, Registrada nos livros desta Capitania para a todo tempo constar. Cidade do Natal, 4 de Fevereiro de 1780/Freire/Bezerra//."
Documentos importantes editados pela Coleção Mossoroense são as "Falas e Relatórios dos Presidentes da Província do Rio Grande do Norte". Neles encontramos informações úteis para as pesquisas genealógicas entre outras.
Em um dos registros encontrados consta a contratação, em cinco de Maio de 1882, de Francisco Avelino da Costa Bezerra, meu bisavô, pela arrematação do dízimo dos gados das freguesias de São Gonçalo, Santa Anna do Mattos e Pau dos Ferros, na importância de 4:101$00. Fico a pensar como alguém naquela época, vivendo em Angicos, poderia fazer a cobrança de dízimos em locais tão distantes.
Em outro documento há o registro da nomeação como promotor  interino, pelo Juiz de Direito, em 10 de Dezembro de 1882, para o Termo de Macau, de Joaquim José Martins Ferreira Junior. Joaquim nasceu nas Cacimbas do Viana, em três de Setembro de 1856, tendo como padrinhos o tio Manoel José Martins e Dona Josefina Maria Ferreira, minha bisavó. Eram seus pais Joaquim José Martins Ferreira e Maria Isabel da Conceição. Eram seus avós paternos o Major José Martins Ferreira e Delfina Maria dos Prazeres.
 O Major José Martins Ferreira casou com Dona Josefina depois de ter cinco filhos naturais com Delfina Maria dos Prazeres. No registro de batismo de Joaquim José, nascido em oito de abril de 1834, um dos filhos naturais, consta Delfina, casada e José Martins, solteiro. Não sei que destino tomou Delfina, mas acredito que os filhos naturais do Major foram criados por Dona Josefina. Segundo meu pai, Dona Josefina era sobrinha do Tenente Coronel Bento José da Costa, da Praça do Recife.

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