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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Domingos José Martins

Domingos José Martins

Uma coisa leva a outra. A idéia  da árvore genealógica me levou a Miguel Trindade que me levou a Bento José da Costa. Daí fui até  a Revolução de 1817 e ao seu personagem maior Domingos José Martins, fuzilado, no dia 12 de junho de 1817, junto com José Luis de Mendonça e nosso Padre Miguelinho.
Aumentou meu interesse por tudo que dizia respeito à Revolução de 1817, e comecei  com  o livro de Paulo Santos intitulado  "A Noiva da Revolução". Em seguida, pesquisei o nome de Domingos José Martins na internet. Descobri uma cidade no Espírito Santo, Domingos Martins, em homenagem ao herói capixaba. Embora Domingos José Martins tenha nascido em Itapemirim, no Espírito Santo, a cidade que leva seu nome é outra a 46 quilômetros de Vitória.
No dia 12 de março parti para Vitória para participar do 46º Fórum de Secretarias de Administração de Capitais, na cidade de Vitória. Devido a proximidade, aproveitei  o intervalo de tempo que existia até a abertura do evento para ir em busca de mais informações sobre um dos mártires da Revolução de 1817. A curta viagem foi proveitosa. Visitei a Biblioteca que leva o seu nome, onde existe um exemplar do livro escrito por Norbertino Bahiense, cujo título é "Domingos Martins e a Revolução Pernambucana de 1817". Aí uma mão lava outra. Deixei um exemplar do meu livro Servatis Ex More Servandis para Biblioteca e foi autorizada uma cópia do livro de Norbertino para mim, que chegou até ao hotel que estava hospedado, no dia 14 de março, que por coincidência é a data do casamento de Maria Teodora da Costa com Domingos José Martins.
Procurei a praça onde havia uma estátua de Domingos, mas  infelizmente estava em obras e por isso tinham tirado, temporariamente,  o busto do herói. Daí fui até a Casa de Cultura em busca de mais  informações. Lá, tomei conhecimento de outro livro  cujo título era Domingos Martins, da Coleção "Grandes Nomes do Espírito Santo", escrito por Renata Santos. Mais tarde comentando com um dos participantes do Fórum, ele me informou que tinha recebido esse livro e no dia seguinte me presenteou.
Alguém no Fórum também comentou que o Palácio da Assembléia Legislativa do Espírito Santo levava o nome de Domingos Martins, e por isso, no intervalo do almoço, fui até lá, onde encontrei uma estatua de corpo inteiro dele. Aproveitei o momento e fotografei.
Renata Santos, em seu livro, comenta: "Já para outros historiadores, e confesso que para mim também, a Revolução Pernambucana liderada pelo intrépido Domingos Martins ganha em importância, abrangência e conteúdo se comparada a movimentos como a Inconfidência Mineira de 1789, e a Conspiração Republicana na Bahia, em 1792. Longe de tirar os méritos de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, que tem em sua homenagem o dia 21 de abril declarado feriado nacional, o fato é que o movimento revolucionário mineiro ficou apenas em teoria, não chegando a se realizar. Ao contrário da Revolução Pernambucana, que viveu vitoriosos 75 dias de República." Mais adiante, "protesta pelo esquecimento de Domingos José Martins que  independente  de qualquer construção simbólica, é verdadeiramente o maior vulto da luta republicana."
Há no livro de Norbertino Bahiense uma carta de Domingos Martins para o nosso André de Albuquerque Maranhão, datada de 19 de Abril de 1817, que diz em um dos seus trechos: "... tenho agora de acusar o recebimento de vossa prezada de 10 do corrente e agradecer-vos a parte  que tomais em felicitar o meu consorcio, devendo ficares certo que só o amor procriado e oculto a 5 anos hé que me fez garantir os justos deveres que, igualmente, me apertavam a gratidão; minha consorte fiel patriota  como eu, vos envia seus cumprimentos; ela vos conhece  como herói que faz apreciável o clima  em que nascemos, e quando tiver a fortuna de vos avistar, recebereis de sua própria boca os mais elogios  de que sois credor." Dizem que Bento José da Costa era contra o casamento e só deu o consentimento depois que Domingos tomou o poder.
Norberto, após citar o soneto escrito por Domingos para Teodora, conta ainda em seu livro: "Não foi em vão a sublimidade das derradeiras manifestações de Domingos Martins.  Elas atingiram, em parte, o seu destino, com tal intensidade que, no instante exato em que caminhava para o Campo de Pólvora para ser espingardeado, sem que a sua amada disto soubesse, a 120 léguas de distancia, na Ponte d'Uchoa, de repente teve uma convulsa e violenta crise de choro. Perguntaram-lhe o motivo e Maria Teodora, entre soluços, respondeu: Vejo meu marido, com a vestimenta dos condenados, caminha para o patíbulo."
Maria Teodora casou-se três anos depois que enviuvou com o Capitão Antonio José Pires e, em 1842, foi madrinha de João, irmão do meu bisavô Francisco Martins Ferreira, por procuração que deu a João Martins Ferreira, avô do batizado.

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