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domingo, 7 de junho de 2020

O capitão Gregório de Graciman Galvão, e outros Graciman.

Por João Felipe da  Trindade
jfhipotenusa@gmail.com




Como testemunha em processo de Santo Ofício, de limpeza de sangue, de Ana Felícia, filha do capitão-mor Manoel João da Silveira,  datada do ano de 1741, eis uma descrição do capitão Gregório de Graciman Galvão: homem solteiro, de quem se diz ter alguma casta da terra, e de holandês, tido e havido por Cristão Velho, que vive dos rendimentos de seus bens, que são escravos, gados, e terras arrendadas no sertão, natural desta Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação da cidade do Rio Grande do Norte, Bispado de Pernambuco, morador no seu Sítio de Magalhães, desta dita Freguesia, de idade que disse ser cinquenta e nove para sessenta anos. 
Com essa idade de quase 60 anos, no ano de 1741, ele deve ter nascido por volta de 1681. Nos registros da Igreja, sempre aparece como solteiro, mais teve filhos, como se vê do registro a seguir.
Em 10 de janeiro de 1838, na Igreja de Nossa Senhora do Ó, presentes Francisco Barreto Pacheco, José Ferreira Magalhães e sua mulher Apolônia da Silveira Moraes, Antônia N Moraes, casada com José Barbosa, se casaram Joana Barbosa, filha natural de Gregório de Graciman e Catarina Camelo, e Antônio Pereira de Ramos, filho natural de Agostinho Nunes e Antônia da Rosa.
Essa filha de Gregório, que se casou em 1838, deve ser a que foi batizada no primeira década do século XVIII, onde o pai não é citado: em 29 de abril de 1710, na Capela de Santo Antônio do Potengi, foi batizada Joana, filha de Catarina Camelo, sendo padrinhos José Porrate de Moraes Castro e Ana Dornelles.
A madrinha deve ter sido a  batizada a seguir: Em 25 de abril de 1691, na Capela de Santo Antônio de Pebuna, foi batizada Ana, filha do capitão Teodósio de Graciman e Paula Barbosa, sendo madrinha Antônia de Oliveira. Dona Paula Barbosa era filha de Francisco Lopes e Joana Dornelles e quando madrinha Ana Dornelles estava com 19 anos.
Alerto, que lá no Ceará, havia um tenente-coronel com o nome de Gregório de Graciman Galvão, filho de Matias Ferreira da Costa e Paula Barbosa de Graciman, e estes se casaram aqui no Rio Grande do Norte: Em 4 de novembro de 1739,  na Capela de Nossa Senhora do Socorro de Utinga, depois de dispensados do parentesco com que estavam ligados, se casaram Paula Barbosa de Graciman, filha do alferes Pedro Figueira da Costa, falecido, e Custódia Barbosa Graciman, e Matias Ferreira da Costa, da Ribeira do Jaguaribe, Freguesia de Nossa Senhora do Rosário das Russas, filho legítimo do coronel Antônio Nunes Ferreira e Catarina Barbosa, falecida, sendo testemunhas  o capitão Bonifácio da Rocha Vieira, capitão Francisco Xavier de Sousa, Isabel Rodrigues, viúva, e Lourença de Araújo, casada com Luiz Soares Correia.
Nesse registro o parentesco, sem informar o grau,  que há entre os nubentes deve ser proveniente das  mães dos nubentes, que deveriam ser irmãs, no caso Custódia Barbosa e Catarina Barbosa, possivelmente, filhas de Paula Barbosa e Teodósio de Graciman.
Vejamos o batismo de um irmão de Paula Barbosa de Graciman: em 13 de junho de 1710, na Capela de São Gonçalo, foi batizado José, filho de Pedro Figueira e Custódia de Graciman, sendo padrinhos José Porrate de Moraes Castro e a viúva Isabel de Graciman.
Em 12 de junho de 1830, o capitão Gregório de Graciman Galvão, solteiro, foi testemunha, na Capela de Nossa Senhora do Socorro de Utinga, do casamento de Josefa Barbosa, filha natural de Valério Graciman, falecido, e da índia do Ceará, Maria da Piedade, com Manoel do Rego, morador no Curato de Jaguaribe, filho de Barnabé do Rego e Joana da Rocha. Outras testemunhas foram Custódia Barbosa, viúva de Pedro Figueira, Adriana de Abreu, mulher dos sargento-mor Antônio Simões Moreira, e Eugênio de Araújo.
No registro a seguir, como de costume o Barbosa vira Graciman: em 6 de maio de 1773, nasceu João, filho de Jerônimo de Sousa e Bernarda do Rego, neto paterno de Luiz de Sousa, de Pernambuco, e de Maria da Conceição, e materno de Manoel do Rego e  Josefa de Graciman,  sendo batizado aos 1 de setembro do mesmo ano.
Gregório de Graciman Galvão foi testemunha, também, em 11 de janeiro de 1730, na Capela de Nossa Senhora do Socorro de Utinga, do casamento de Francisca de Graciman, filha de Lázaro Ramos, morador no Recife, e de Josefa de Graciman, aqui moradora, e José Rodrigues, filho de Domingos Romão e Ana Rodrigues, falecida. Outras testemunhas foram o capitão Manoel Rodrigues Santiago, casado,  e Úrsula Duarte. 
Francisca de Graciman e José Rodrigues Ramos eram os pais de Isabel Maria, casada com Bernardo da Costa, e este casal batizou, em 4 de abril de 1762, na Capela de Nossa Senhora da Conceição de Jundiaí, Ana, sendo padrinhos Estevão Velho de Melo e Ana Rodrigues. 
Noutro registro, um tanto estragado, deu para extrair outra neta de José Rodrigues e Josefa de Graciman, de nome Rita, filha de Manoel Rodrigues e Inácia Gomes, era neta materna de Maria Manoela, solteira.