João Felipe da
Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN,
membro do IHGRN e do INRG
Lá
de Macau, quem me mandou um e-mail foi Afonso de Ligório Lemos, que atuou na
política desse município como vereador, vice-prefeito e prefeito. Como leitor
do Jornal de Hoje tem acompanhado meus artigos sobre as origens das cidades e
famílias daquela região. Revela que tem uma enorme vontade de escrever um livro
sobre Macau e a região. Disse mais, que tinha um bom material sobre a família
Lemos e Tetéo, e que colocava a minha disposição, caso me interessasse.
Sobre
a família, informa que seu bisavô, Feliciano Tetéo, foi superintendente da
Guarda Nacional, e, também, intendente de Macau; que Pedro Tetéo, seu avô, era
coronel da Guarda Nacional e delegado da cidade de Macau, por vários anos; que
Francisquinha Lemos, conhecida como política, sem ter mandato, teve grande
participação nos governos de José Varela e de Aluízio Alves.
Como
tudo que se refere à região de Macau me interessa, pedi que me avisasse quando
viesse a Natal, pois gostaria de conversar e ver os documentos ofertados.
Conversei, posteriormente, com o jornalista Túlio Lemos, seu filho, sobre meu
interesse em conversar com Afonso.
Eu
já tenho algumas informações sobre a família Teixeira de Barros e Tetéo. Mas
essas informações são esparsas e faltam alguns elos que só poderiam ser
elucidados por membros da família. Aqui, vou colocar algumas que já apurei, começando com o bisavô de
Afonso.
Feliciano,
semibranco, filho de João Teixeira de Barros e Anna Gomes da Costa, nasceu aos
vinte e um de março de mil oitocentos e cinquenta e um e foi batizado,
solenemente, pelo padre Elias Barbalho Bezerra, na capela das Oficinas, a nove
de junho do mesmo ano; foram padrinhos Vicente Rodrigues Ferreira, casado, e
Francisca Ferreira, solteira, e para constar fiz este termo em que me assino.
Padre Elias Barbalho Bezerra, coadjutor pro pároco do Assú.
Os
pais de Feliciano, João Teixeira de Barros e Anna Gomes da Costa, contraíram
núpcias em 2 de maio de 1850, na capela de São José das Oficinas, tendo como
testemunhas Francisco Moreira da Silva Jr. e Vicente Ferreira Rodrigues,
padrinho no batizado acima. Infelizmente no registro de casamento não aparecem
os pais dos nubentes. Vejamos o casamento de Feliciano. O livro, onde consta o
registro desse casamento, é uma transcrição do original. Encontramos nessas
transposições de registros vários erros. Por isso, acredito que escreveram João
Ferreira no lugar de João Teixeira, embora alguns filhos do casal apareçam com
sobrenome Ferreira.
Aos
doze de novembro de 1871, na capela do Rosário, Feliciano Ferreira Tetéo casou
com Adelaide Maria do Espírito Santo. Ele, filho de João Ferreira de Barros e
Anna Gomes Ferreira. Ela, filha de Pedro Nolasco da Fonseca e Maria Ignácia de
Jesus. Foram testemunhas Floriano Ferreira Tetéo e Antonio Barbosa Pimentel.
Temos,
também, o registro de batismo do avô de Afonso. Pedro, filho de Feliciano
Ferreira Tetéo e Adelaide Maria da Fonseca, nasceu aos 28 de junho de 1881, e
foi batizado em 1 de julho de 1881, tendo como padrinhos João Coelho da Silva e
Emília Ferreira Tetéo. Essa Emília era irmã de Feliciano. Nasceu aos 12 de
fevereiro de 1859.
No
livro de alistamento eleitoral, encontrado no Museu José Elviro, há os
registros, como eleitores, de alguns filhos de João Teixeira de Barros, que são
listados a seguir. Secundes Teixeira de Barros, prático, 52 anos; Feliciano
Ferreira Tetéo, empregado no Porto, 40 anos; José Teixeira de Barros, 30 anos,
marítimo; Manoel Ferreira Tetéo, 29 anos, marchante; André Ferreira Tetéo, 39
anos, marchante.
Nesses
registros eleitorais não aparecem os nomes das mães dos eleitores. Esse
Secundes Teixeira de Barros era filho de João Teixeira de Barros e Francisca
Xavier da Silva. Casou, na capela de Nossa Senhora da Conceição de Macau, com
Juvina Maria da Conceição, filha de José Mendes da Costa e Faustina Maria da Conceição.
Além disso, encontramos o batismo de Manoel, filho de Secundes Teixeira de
Barros e Juvina Maria da Conceição, nascido aos 5 de março de 1858, e batizado
aos 24 do mesmo mês e ano.
No
casamento de João Teixeira de Barros com Anna Costa não consta que ele era
viúvo. Portanto, não pode ser o mesmo que casou com Francisca Xavier, em 1825.
Suspeito que esse segundo João Teixeira de Barros seja filho ou sobrinho do
primeiro, cujo registro de casamento segue: Em 15 de abril de 1825, na capela
de Nossa Senhora da Conceição da Ilha de Manoel Gonçalves, Frei Francisco de
Santa Teresa casou João Teixeira de Barros, 20 anos com Francisca Xavier, 18
anos. Ele, filho de Manoel Teixeira de Barros e Antonia Maria da Conceição, e
ela, filha de João Pereira da Silva e Maria dos Santos Rosa. Foram testemunhas
João Martins Ferreira (meu tetravô) e Ignácia Teixeira de Barros, casados.
Além
de Secundes e, talvez, João Teixeira de Barros, encontramos três filhos de João e Francisca: Aos 24 de abril de
1831, nasceram Cosma e Damiana, que foram batizadas na capela de São José das
Oficinas, em 4 de setembro do mesmo ano; aos 29 de novembro de 1855, na Fazenda
Amargoso, Joaquim Teixeira de Barros casou com Anna Senhorinha da Conceição,
filha de José Joaquim de Sousa e Maria Joaquina de Jesus.
Os
livros e documentos importantes para História de Macau, que estão no Museu José
Elviro, já estão sendo digitalizados?