João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN e membro do INRG
Os moradores mais antigos do Rio Grande do Norte, com certeza, têm mais chances de serem ancestrais de milhares de pessoas que habitam nosso Estado, nos dias de hoje. Por isso, vamos transcrever para cá informações que encontramos no fim do século XVII e começo do século XVIII.
Em 06 de outubro de 1688, João Martins de Sá e sua esposa Clara de Macedo batizavam, na Capela de Nossa Senhora da Expectação (Nossa Senhora do O', Mipibu), sua filha Joanna (Martins), sendo padrinhos Antonio Moreira e Anna da Silveira. Em 19 de Agosto de 1691, na Capela de Mipibu, batizaram Salvador, sem registro dos padrinhos. Nessa data Dona Clara Macedo, já tinha falecido, possivelmente de parto. Outros filhos do casal João Martins de Sá e Clara de Macedo, que encontramos, não aparecem seus batismos nesse livro de registros da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação. Entretanto, eles são citados como padrinho ou madrinha. Nos registros que confirmam a filiação, eles são apresentados como filhos do capitão João Martins de Sá. Eram eles Anna Martins de Macedo e Manoel Martins de Sá.
Anna Martins de Macedo, em 1703, já aparece casada com João Marinho de Carvalho. É desse casal que damos sequencia a seguir, apresentando os filhos encontrados.
Francisco foi batizado em 13 de outubro de 1706, na Capela de São Gonçalo do Potegi, tendo como padrinhos José Ribeiro e Catherina Duarte, mulher de Manoel Rodrigues Santiago; Ignácio foi batizado em 12 de agosto de 1708, tendo como padrinhos Manoel Rodrigues de Sá e sua irmã Joanna Rodrigues; João e Theodósio foram batizados em 14 de julho de 1704, na capela de Nossa Senhora do O' da Aldeia do Mipibu, tendo como padrinhos, o primeiro: sargento-mor Diogo Pereira Malheiro e Joanna Martins, filha de João Martins de Sá, e portanto, tia de João, o segundo: capitão João Martins de Sá e Luzia Nunes, filha de Luis (ilegível).
João Marinho de Macedo e seu irmão Ignácio Marinho de Carvalho, ambos moradores na Ribeira do Mipibu, casaram, respectivamente, com duas filhas do Coronel Joseph Gomes Torres e de sua mulher Catherina Barbosa de Lima, na época falecida. Elas se chamavam Joanna Gomes Torres e Feliciana Gomes Torres e eram naturais da Freguesia de Sam Lourenço de Tejucupapo de Pernambuco e moradoras na Freguesia de Nossa Senhora dos Prazeres do Curato de Goyaninha
O casamento de João e Joanna foi realizado no dia 24 de fevereiro de 1732, na Igreja de Nossa Senhora do O' da Missão do Mipibu, na presença do Padre Francisco Xavier de Barros e das testemunhas sargento-mor Antonio Rodrigues Santiago, casado, sargento-mor Manuel Teixeira Casado, também casado, Joanna Martins mulher de Joseph Ribeiro de Faria, morador em Goyaninha, Damasia Gomes da Camera, mulher do coronel Theodósio Freyre de Amorim.
O casamento de Ignácio e Feliciana ocorreu no dia 23 de abril de 1732, também na Igreja de Nossa Senhora de Mipibu, na presença do Padre Antonio de Arahujo e Sousa, e das testemunhas coronel Theodósio Freyre de Amorim, o sargento-mor Bartolomeu Ferreira de Carvalho, casado, Izabel Rodrigues, mulher do alferes Salvador de Arahujo Correa, e Joanna Gomes Torres, mulher do capitão João Marinho de Macedo.
Ignácio assistiu um tempo na Freguesia de Assu, e João na de Nossa Senhora do Socorro de Utinga, por isso, as denunciações foram feitas também nessas freguesias. Outro detalhe interessante era que os nubentes tiveram que justificar que não se tratava de rapto.
Em 14 de julho de 1734, na Capela de Nossa Senhora do O' da Missão do Mipibu, na presença do Reverendo Padre frei Boaventura (ilegível), missionário apostólico, e das testemunhas coronel Theodósio Freyre de Amorim, o tenente Faustino da Sylveira, Plácida da Sylva Freyre, mulher do dito, e Dona Custódia do Sacramento mulher do sargento-mor Antonio Rodrigues Santiago, casou Clara Martins de Macedo, filha de João Marinho de Carvalho e de Anna Martins de Macedo, com Gaspar Freyre de Carvalho, filho do Coronel Manuel da Sylva Queiros, e Maria da Silva Freyre. Gaspar era morador na Freguesia de Nossa Senhora dos Remédios do Cajupiranga, tendo assistido na Freguesia do Senhor Sam Miguel das Missões do Guajiru.
Manoel Martins de Sá, que tinha o mesmo nome de um tio, irmão de sua mãe, Anna Martins de Macedo, também casou com uma filha do Coronel José Gomes Torres e Dona Catherina Barbosa de Lima. Ela se chamava Maria Dias (ilegível), morava em Goyaninha e era natural de Sam Lourenço de Tejucupapo, como suas irmãs, acima. Esse casamento foi em 17 de fevereiro de 1738, na Capela de Nossa dos Remédios do Cajupiranga, tendo como celebrante Padre Frei Felix Maria, Capuchino Superior da Missão do Mipibu, e na presença das testemunhas Antonio Cabral, Anna Martins de Macedo, mulher do capitão João Marinho de Carvalho (pais do noivo), Alferes Gaspar Freyre de Carvalho e sua mulher Clara Martins de Macedo.
Outros registros que acrescentamos aqui, que descobrimos após a publicação deste arquivo são os seguintes.
Em 9 junho de 1751, na Capela de Nossa Senhora do Rosário de Cajupiranga, na presença do Padre João Gomes Freyre, e das testemunhas capitão João Marinho de Carvalho e Alferes Gaspar Freyre de Carvalho, Mathias Marinho de Carvalho, filho de João Marinho de Carvalho e Anna Martins de Macedo, desposou Vicência Gomes da Sylva, filha do sargento-mor Francisco Fernandes de Carvalho e Maria Gomes da Sylva.
Em 26 de agosto de 1756, na Matriz Mamanguape, Freguesia de Sam Pedro e São Paulo, na presença do Reverendo Padre e das testemunhas Antonio Payva da Rocha e Theodosio Freyre de Amorim, Antonio Marinho de Carvalho, filho de João Marinho de Carvalho e Anna Martins de Macedo, desposou Antonia Payva da Rocha, filha do sargento-mor Antonio de Payva da Rocha e Úrsula Ribeiro. Houve dispensa do 4º grau de consanguinidade pelo Padre Frei Juvenal de Santo Albano, que estava em Missão.
Outros registros que acrescentamos aqui, que descobrimos após a publicação deste arquivo são os seguintes.
Em 9 junho de 1751, na Capela de Nossa Senhora do Rosário de Cajupiranga, na presença do Padre João Gomes Freyre, e das testemunhas capitão João Marinho de Carvalho e Alferes Gaspar Freyre de Carvalho, Mathias Marinho de Carvalho, filho de João Marinho de Carvalho e Anna Martins de Macedo, desposou Vicência Gomes da Sylva, filha do sargento-mor Francisco Fernandes de Carvalho e Maria Gomes da Sylva.
Em 26 de agosto de 1756, na Matriz Mamanguape, Freguesia de Sam Pedro e São Paulo, na presença do Reverendo Padre e das testemunhas Antonio Payva da Rocha e Theodosio Freyre de Amorim, Antonio Marinho de Carvalho, filho de João Marinho de Carvalho e Anna Martins de Macedo, desposou Antonia Payva da Rocha, filha do sargento-mor Antonio de Payva da Rocha e Úrsula Ribeiro. Houve dispensa do 4º grau de consanguinidade pelo Padre Frei Juvenal de Santo Albano, que estava em Missão.
A título de informação, em 1646, ocorreu a Batalha de Tejucupapo entre holandeses e a população local tendo à frente as quatros mulheres: Maria Quitéria, Maria Camarão, Maria Clara e Joaquina. Tejucupapo era Distrito de Goiana Pernambuco.
Para conhecer melhor sobre a Batalha de Tejucupapo faça uma visita ao site do youtube
http://www.youtube.com/user/heroinasdetejucupapo
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